Desisto de tentar me entender, de tentar achar cada peça que falta em meu quebra-cabeça. Desisto de tentar encaixar as que eu já tenho, elas não têm par, isso ja está mais que obvio. Nada se encaixa, nada se traduz, nada se reduz. O sentimento só aumenta, mas que sentimento é esse? Desisto de entender. Esse vazio que sinto dentro de mim, esse lugar que o vento passa levando tudo o que resta. Desisto de tentar fechar a porta para que ele não entre e bagunce mais as coisas. Que venha, já não há nada que faça sentido mesmo. Desisto de compreender os erros, de acertar os acertos. Não existe certo, não existe errado. Desisto de viver para os outros, desisto de viver para mim. Se não sei o que eu quero os outros também não saberão. Desisto de sentir saudades, de fazer amizades. Tudo vai, tudo passa. Desisto de melhorar, de piorar. Só existem conceitos, nenhuma verdade. Desisto de me encaixar, desisto de ser diferente. Desisto de me explicar, de me amar. Desisto dessa guerra e dessa paz. Desisto disso, daquilo, e de tudo. E se ainda sobrar algo para me apoiar, eu desisto disso também.
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